sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Île St. Louis / Île de la Cité

São como o marco zero da cidade. Paris já se resumiu às ilhas. Ficam onde, no MAPA, está assinalada a catedral de Notre Dame, no meio do Sena, entre os arr. 4 e 5. São bem pequenas e é bastante fácil passear por elas. Nós gastamos, uma manhã inteira ali. Comunicam-se com seus arredores (e entre si) por meio de pontes. Há várias ao longo de cada ilha e a que une as duas é a Pont St. Louis.


ÎLE ST. LOUIS
Pronuncia-se "íl'san luí"

Começando pela Île St. Louis, a menor delas, o que mais vale a pena é o passeio mesmo. É super agradável. De acordo com o mestre Ricardo Freire, nesse post aqui, o mais especial é que é uma ilha cercada de Paris por todos os lados. Possui lojinhas bem interessantes de artesanato, roupas, brechós. Algumas para procurar alguma coisa para você, outras apenas curiosidades, como uma loja enorme de marionetes que vimos por lá. Ok, a loja não era nada enorme, mas considerando que era uma loja de marionetes... fiquei me perguntando do que vive essa loja. Ou será que Paris é a Meca dos titeristas?

A enorme lojica de marionetes

A pequena ilha é um bom lugar para umas gulodices também. Estão ali duas sorveterias maravilhosas: a Berthillon, na rue St. Louis 31 e a Amorino, no número 47 da mesma rua. O mundo inteiro nos deu a dica da Berthillon. Mas a rede com o melhor sorvete de Paris, com várias lojas espalhadas pela cidade, simplesmente fecha as portas no mês de agosto. Pode? Aliás, é bom saber disso: não é só a Berthillon. Algumas lojas de pequeno porte fecham em agosto. É que agosto é o auge das férias de verão no hemisfério norte, e como Paris não é uma cidade lá muito turística, para onde ninguém viaja nas férias... eles acham por bem fechar algumas coisas por lá... Enfim. Mas também não é nada de mais. A única diferença que fez na nossa viagem inteira foi o episódio da Berthillon mesmo. Mas bem pertinho (até porque na St. Louis tudo é bem pertinho) estava a Amorino, onde tomamos deliciosos sorvetes em forma de flor! Uma outra dica de local para comer ali é o Le Flore en l’Isle. Um salão de chá, na beirada da Pont St. Louis (42, Quai d’Orleans). Aliás, essa Quai d'Orleans é recheada de cafés bacanas. Mas fica só a dica, porque eu não fui.



O dela era de Pistache du Bronti. O melhor que existe!

Outra coisa que se pode ver - não só nessa ilha, mas por toda Paris - são artistas de rua. A cidade está repleta deles. No metrô, nas pontes. Só que tem de tudo. Desde gente que te faz perguntar como eles ainda não estão famosos, até esse projeto de escocês que encontrei quando atravessava a ponte da St. Louis para a Île de La Cité, que parecia estar ainda no nível Iniciante I do conservatório da gaita de foles de Sorbonne. É só ver NESTE VÍDEO.


ÎLE DE LA CITÉ
Pronuncia-se "íl'delá citê"

Já a Île de La Cité, a irmã maior das duas (mas nem tão grande assim), é, como dizem, a própria história de Paris. Estão aí instaladas atrações como a antiquíssima e onipresente catedral de Notre Dame, a Cripta Arqueológica (escavações dos primórdios de Paris), a igreja de St. Chapelle e a Conciergerie (prisão da época da Revolução). Então vamos por partes:

Catedral de Notre-Dame

Toma conta do cenário das ilhas. É um verdadeiro monumento no meio de ilhas tão pequenas. Uma igreja de estilo gótico, belíssima. A visita já começa do lado de fora, admirando a magnitude da catedral numa das praças uma à frente e outra atrás (Square Jean XXIII ou Place du Parvis Notre Dame). Nessa última fica a entrada de turistas para a Catedral, e foi nela que encontramos um serviço de informação ao turista e compramos nosso Paris Museum Pass. Tem também uma estátua de Carlos Magno, imperador do rei dos francos que uniu os povos ocidentais e blá blá blá (ou bleus bleus bleus). Então tá!






À esquerda, Nós em frente à Notre-Dame.


À direita o grande salvador dos povos ocidentais. Valeu aí, tio!





Adentrando a igreja, começa-se pela nave central, enorme, impressionante. As laterais do altar também são muito bonitas. Mas, talvez devido ao excesso de turistas aqui e na Sacrè-Coeur, tenho de confessar que, igreja por igreja, me encantei mesmo foi com a St. Sulpice. A Notre-Dame tem também uma sala do tesouro lateral, onde se paga para entrar, e alega-se que ali está a coroa de espinhos de Cristo. Será? Não sei... não entrei.



À esquerda, a visão da nave central na entrada.



À direita, a visão da rosácea norte, do século XIII.
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Todavia, o que mais impressiona na Notre Dame não é a igreja em si, mas as suas torres. O tour pelas torres é cobrado, mas aqui, ao contrário da sala do tesouro, aceita-se o Paris Museum Pass. A entrada das torres fica na lateral da igreja, do lado voltado para o interior da ilha, mas só abre às 10h (enquanto a igreja abre às 7h45), o que faz com que se forme uma bela fila por ali. E foi justamente nesse ponto que eu descobri que não é só brasileiro que tenta dar jeitinho em tudo não. Tinha inglês, argentino, tcheco, russo, todo mundo tentando dar um tomé na fila. E os guardas tentando controlar só pioram a confusão. Infelizmente, essa fila e a da St. Chapelle são as únicas filas de que você não se livra com o PMP. E como se não bastasse, após o perrengue da fila, para chegar lá em cima você ainda tem que encarar incontáveis degraus pequenos, num espaço apertado e em espiral. 387!!! (Alguém contou, mas não fui eu). E haja perna! A Nanda, lá pro 87, começou a reclamar. E assim foi até estar de volta ao térreo... Mas vale a pena! Do alto das torres tem-se uma das mais belas vistas de Paris, com direito ao destaque da Torre Eiffel imponente no meio da cidade e à beleza da Sacrè-Coeur bem ao fundo. Ali você encontra também as famosas gárgulas (e se der sorte, dá pra ver até o Quasímodo escondido). O passeio termina com uma visita ao célebre e eterno sino Emanuel (!!!... pelo menos foi o que disseram por lá). Tem toda uma história sobre as famosas badaladas do sino e tal. E você vai adentrando a sala do sino e se emocionando em saber que está ouvindo as mesmas badaladas que circundaram a história de Napoleão, Robespierre, Victor Hugo, Luís XV, Maria Antonieta, d’Artagnan, Athos, Porthos e Aramis. Daí entra na sala para ver o sino e.......... uai! O sino está parado? Que estranho... Mas de onde vêm as badaladas? Fiquei encafifado e... touché! Ali num cantinho descobri a artimanha dos fanfarrões: um aparelho de CD, ligado, “badalando”. Humpf! Nada como a modernidade para acabar com qualquer romantismo.

Para dar uma olhada no vídeo das gárgulas e na vista de Paris, clique AQUI. E para ver a pegadinha do sino, AQUI.


Acima, as gárgulas com Paris ao fundo. Detalhe para o Sena logo abaixo e a Tour Eiffel mostrando a sua imponência.
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À esquerda, parte dos malfadados 387 degraus. E parte da Nanda reclamando.

Algumas informações básicas para terminar a Notre-Dame: abre diariamente de 7h45 às 18h45. As torres funcionam de 10h às 19h30, mas no verão é de 9h30 às 19h30, ficando abertas até as 23h nos sábados e domingos. Para entrar na igreja não se paga, mas para as torres o ingresso é pago, entretanto você fica livre com o Paris Museum Pass (que não te isenta das filas aqui e na St. Chapelle). Celebram-se missas às 8h, 12h, 18h15 nos dias de semana; e 8h30, 10h, 11h30, 12h45 e 18h30 no domingo.

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Crypte Archéologique
Bem na já citada praça em frente à Notre-Dame (a Parvis du Notre-Dame), numa entrada que leva ao subterrâneo, encontra-se a Cripta Arqueológica, que são as escavações dos primórdios de Paris. Datam de mais ou menos 2.000 anos atrás, e eram habitadas pela tribo dos Parisii (entendeu agora o nome da cidade?). A entrada também é livre com o PMP, e esse é um belo exemplo de um lugar em que eu só entrei porque o tinha. Abre de terça a domingo, das 9h30 às 18h.

As escavações da cripta. A Paris de 2.000 anos atrás.


Conciergerie
Outro local interessante de se visitar na ilha é a Conciergerie, uma antiga e temida prisão francesa (só não mais mitológica que a Bastilha), onde ficaram presos e dali foram levados à guilhotina, por exemplo, Maria Antonieta, Robespierre e Danton. Além de ver o local, você ainda pode ver uma reconstituição macabra (ou nem tanto assim) que fizeram por lá de Maria Antonieta presa em sua cela. Além disso, o porteiro é uma figura. Não lembro qual sua nacionalidade, mas era de algum lugar no Caribe. Quando me viu com a camisa do Brasil começou a falar de Chico Buarque e Gilberto Gil, dizendo que eles já estiveram ali. A Conciergerie funciona diariamente de 9h30 às 18h, e o ingresso é pago (mas seu ingresso é combinado com o da St. Chapelle). Mas adivinhem: o PMP também isenta aqui, claro! E já adianto que só vale a pena com ele também.

Vai um brioche aí?

Outros lugares para se ver na Île de La Cité são o Palais de Justice, um conjunto de prédios muito bonito que abriga um complexo de tribunais (nem precisa entrar, é só ver mesmo); a Sainte Chapelle, uma das igrejas famosas da cidade, mas que acabamos não indo pela preguiça mesmo (o ingresso é pago, o PMP isenta do preço, mas não das filas); e a Pont Neuf, uma ponte bastante bonita que fica na pontinha da Île de la Cité, ligando-a às duas margens do Sena.


O Palais de Justice

Essas são as ilhas. Lindas, charmosas, repletas de história e agradáveis de se passear. Um ótimo lugar para começar seu tour parisiense com o pé direito. Logo, logo volto com informações sobre o St. Germain des Prés e o Quartier Latin.

Au revoir!



3 comentários:

Marta disse...

Oi Gente, conheci o blog de vocês há uma semana e estou adorando. Estou indo a Paris em abril e aguardo ansiosamente as dicas sobre os hotéis.
Parabéns pelo blog!

Dani disse...

Ei, Marta! Que bom que tem gostado! Obrigado! Pode deixar que assim que eu terminar de falar sobre as regiões da cidade que conheci, farei um post sobre hotéis.
Abraço

Unknown disse...

Olá Dani,
Parabéns vc escreve muito bem!
Conheci seu blog hoje e estou devorando tudo sobre Paris, cada dica, cada detalhe... Vamos embarcar daqui 21 dias e já estou viajando na sua viagem (plagiando o colega)!
Obrigada!